No passado domingo terminei o meu primeiro semestre em termos de provas.
Fui fazer mais uma ultra para o meu curriculum. Aparentemente seria de “apenas” 43 km mas a mim deu mais de 45 km, escolhi uma prova já com nome no calendário e bem cotada – o Ultra Trail de Sesimbra – organizada pelos “dinossauros” o Mundo da Corrida e a minha primeira prova do calendário nacional da ATRP.
Estava previsto um dia de imenso calor, acima dos 35 graus, aquela zona também não me parecia ter muita floresta ou sombra, como tal, optei por um chapéu com bastante sombra e por não levar bastões para estar mais liberto para hidratar… O meu pessoal montou acampamento ali na praia e lá ficaram até ao meu regresso, passadas muitas horas.
A partida da ultra foi dada às 8:00 e eram cerca de 200 participantes, fizemos a marginal da praia a ritmo controlado por um jipe da organização até chegarmos ao estradão em direcção da praia da ribeira do cavalo, um dos ex libris da prova, uma bela paisagem, uma subida bastante inclinada e muitas fotografias (acima a foto é do Fotos do Zé), tudo sempre sem stresses e nas calmas.
Depois é ir sempre pela costa por estradão e por trilho até às ruinas do Forte de São Domingos da Baralha, mais uma subidita e depois sempre a rolar até ao santuário do Cabo Espichel depois continuamos pela costa e nesse percurso cerca dos 21 km (onde ia sozinho) falharam-me as fitas e quando dei por mim deixei de ver pegadas e tive que voltar atrás (pelas minhas contas foram uns 500m ida e volta), pelo que vi da classificação dos pontos cronometrados, andei sempre pelos mesmos lugares, muito conservador por causa do calor e porque não conhecia a prova.
Forte da Baralha – flickr
Na zona da praia da foz, deixamos de ter o pouco fresco do mar e entramos numa zona muito seca e árida, ia perto de um grupo de 4 ou 5 participantes, mas mesmo nas zonas “corríveis” já estávamos de tal forma cozinhados pelo calor que não dava para correr durante grandes períodos e a coisa acaba por ser contagiante entre o pequeno grupo. Aos 32 km chega a parte mais desmotivante de toda a prova – a pedreira – em qualquer prova ou em qualquer dia seria algo dispensável, mas com o calor que estava, até o abastecimento parecia que tinha estado na guerra, só destroços e ninguém muito prestável para ajudar. Lá segui e ainda deu para ganhar alguns lugares, depois de passada a pedreira temos uns km a descer para recuperar o ritmo e refrescar com o vento até à subida para o castelo, foi cerca de meia hora para fazer 1600 metros, eram cerca das 14h00 e a temperatura estava no seu auge, a média de inclinação é de 10% mas os tendões já estavam no limite quando se esticava mais a perna. Os 7 km que faltavam até à meta foram também lentos, mais pelo desgaste acumulado do que pelo perfil, a descida também era demasiado técnica e ainda foi mais lenta que a caminhada até lá chegar. Quando finalmente cruzei a meta, após 7h33m de prova, estavam a ser as cerimónias de entrega de prémios, o amigo Orlando Duarte estava dedicado a tirar-nos fotos e o moço das medalhas também foi simpático a dar animo, o pessoal do abastecimento final é que já devia estar farto daquilo e não me ligaram (quase) nenhuma…
Com muita dificuldade, lá tirei as meias e o resto do equipamento e juntei-me ao meu acampamento para dar dois saborosos mergulhos e esperar que as cãibras acalmassem para poder conduzir.
Agora vou ter uns dias de descanso e de planificação da segunda metade de 2019.
Aqui fica a minha análise (review) da prova:
Pontos Positivos:
- Inicio de percurso muito cénico
- Bons abastecimentos e muitos
- Bastantes participantes
- Bonita medalha
- Boa zona de partida / meta
Pontos Negativos:
- Marcação podia estar melhor
- Zona da pedreira seria de evitar
O meu registo no strava:
Boas corridas!
a minha corrida
Estive lá no sábado a passar o dia com a familia na praia. Aproveitei para fazer o percurso do longo (22km) em treino. Muito pouco interessante, sem dúvida.. Já tinha ficado com essa ideia quando a fiz há 4 ou 5 anos. Pensava que a parte até ao Cabo Espichel seria pelo menos mais gira, mas já vi que não é grande coisa.
Parabéns pela conquista!
7h33 de prova… xiça, nem me consigo imaginar a correr esse tempo! Fiz os 15 km e chegou de sobra!
Abraço
Bem, isso é que foi uma aventura das durinhas.
Sou mais corredor de estrada, mas sinto muito fascínio pelos trails. A minha equipa, ARCD Venda da Luísa, dedica-se maioritariamente aos trilhos, pelo que sei que esse tempo todo a correr é uma excelente prova de superação. Volta e meia lá vou para um treino no "carrossel" com eles, mas confesso que me apaixona mais correr em estrada e, em particular, maratonas.
E deixe-me dar-lhe os parabéns pelo seu desempenho.
Aproveito para o convidar a visitar os meus espaços, onde explico como a corrida me ajudou a passar de 118 kg para os 74 kg desde novembro de 2016. Foi assim que me tornei louco por maratonas.
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