Já em 2018 estava inscrito nesta prova mas por razões de saúde não me foi possível participar.

O manifesto do SkyRunner (Correr ou Morrer – Kilian Jornet) começa com “Kiss or kill. Beija ou morre. Beija a glória ou morre a lutar por ela. Perder é morrer, ganhar é viver. A luta é o que distingue uma vitória, um vencedor” – deve ser coisa séria esta do Sky Running, tecnicamente,  não sei qual é a diferença entre este tipo de provas e os outros trilhos… em termos burocráticos a SkyRace pertence à Federeção Portuguesa de Campismo e Montanhismo e acho que tem exigências em termos de desnível positivo e de pendente média da prova.

Fui na prova de 28 km D+1900 (havia também uma versão mini de 16 km), a partida foi junto a um segmento strava chamado “dragão” que é um caminho de cimento nas primeiras centenas de metros e depois continua em zig-zag até ao santuário da Peninha – ver foto seguinte:
Foram cerca de 2km a subir. Nesta prova aproveitei para usar pela primeira vez os bastões, o balanço é positivo, acho que as pernas agradecem mas tive que os levar sempre na mão e montados (levava um cinto que supostamente dá para os levar dobrados, mas pelos testes que tinha feito não me senti seguro que os mesmo ficariam lá, e como o perfil levava a muito põe e tira…). Depois de descermos mais 2km começou mais uma subida, o pelotão aqui ainda ía muito denso com a presença dos participantes da prova de 16K, temos uma paragem para ver as vistas e selfies que causou um pequeno engarrafamento, a realmente estava um belo dia a vista era maravilhosa mas não era preciso arrefecer tanto, ver foto seguinte:

Depois do abastecimento antes dos 8km, dá-se a separação entre a provas, a mais curta sobe logo até ao Monge e nós descemos o famoso single track de downhill “kamikaze” até ao célebre corta-fogo com um quilometro de distância e uma pendente tipo parede. depois descemos até à barragem (onde estava o fotógrafo Paulo Sezilio que tirou a foto do inicio), parte bastante agradável até começarmos a subir novamente, aí tivemos uma parte mais corrível onde se passam uns portões de quintas até encontrarmos mais um single track para descermos de novo, depois de chegarmos ao estradão nesse ponto as marcações não estavam perfeitas, as fitas estavam lá a assinalar o desvio mas deviam ter sinalizado na estrada pois o pessoal vai concentrado em recuperar o tempo e não se apercebe, quando eu virei estavam alguns participantes 500m abaixo depois de se aperceberem que já não viam fitas. Daí é sempre a subir até ao abastecimento e continuar a subir até ao Monge, depois há um trilho muito agradável de fazer, cujo segmento é “floresta encantada” e o nome está bem dado. Passei aí pelo grande Hélio Fumo e fui a caminho da Peninha de novo, fazendo as contas, era provável que fosse sempre a descer até à meta…

tás ta rir? by Bernardete Morita

…até perguntei ao voluntário que indicava o caminho, mas ele não se “descoseu” e lá fui a descer (pensava eu) até à meta, estranhei não ser no mesmo caminho mas sim mais na zona onde foi o grande incêndio do outono de 2018 e no sentido do Cabo da Roca e quando estou a chegar à estrada nacional a fitas começam a indicar o “caminho de burros” que podem ver na imagem abaixo até ao monte de pedras lá em cima, aí as minha pernas de Grândola voltaram e fiquei realmente com muito pouca mobilidade, os passos tinha que ser muito curtos senão os isquiotibiais prendiam… Depois foi realmente a descer mas num lento jogging até cruzar a meta em 5h20m

Gostei da prova, foi o que estava à espera, conhecer os famosos trilhos foi muito bom, não sei se os consigo encontrar de novo mas irei tentar num futuro próximo.

Aqui fica a minha análise (review) da prova:

Pontos Positivos:

  • Percurso desafiante
  • Caldo quente no final
  • Duche no final

Pontos Negativos:

  • Marcações podiam estar melhores nos cruzamentos
  • Medalha fraquinha

O meu registo no Strava:

Boas corridas!

a minha corrida

2 comentários

  1. Parabéns pela excelente prestação! Eu já corri por algumas dessas paragens naquela que era a corrida mais antiga de trail em Portugal, a Corrida do Monge, mas com muito menos quilómetros e uma altimetria bem mais "doce" (isto para os tempos actuais porque antigamente era prova para "doidos"!). Um abraço.

  2. Obrigado Jorge,
    Eu também cheguei a fazer a corrida do Monge, e realmente o pontos principais já estavam lá – o corta fogo e o dragão.
    O ano passado chegou a estar marcada uma corrida do Monge a começar em Almoçageme, só que depois cancelaram por falta de inscritos.

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