É mesmo verdade. Já passaram 15 anos desde que iniciei este blog e por sua vez que iniciei a minha actividade neste mundo da corrida.
O início foi muito viciante como, penso, terá sido para todos nós que abraçamos esta modalidade, mas depois vamos atingindo os nossos objectivos e a “febre” vai abrandando, pelo menos comigo foi assim.
Logo que comecei a correr, coloquei como objectivo correr uma maratona e passados 12 meses estava a fazer a minha estreia em Paris, a primeira meia-maratona foi feita apenas com 2 meses de corrida. Depois tive aquela fase de melhoria dos tempos e fazer mais maratonas em várias cidades, consegui participar na mais emblemática de todas no nosso continente – a maratona de Londres – depois vieram outras prioridades, veio a família.
Naquele tempo não havia aquela coisa chamada ultra-maratona ou trail, ficava-se a sonhar com Comrades , com Western States, com Marathon des Sables e ainda nem se falava de UTMB.
Hoje, tenho provas à porta de casa com 24h horas a correr, temos no nosso país uma das principais provas de trail em todo o mundo – MIUT – e temos três provas acima de 200 km no nosso país e com mais participantes portugueses que na maratona de Lisboa de há 15 anos.
Eu cá vou correndo, e agora vou traçando os meus objectivos em termos de distâncias cada vez maiores, fiz no final do ano passado a minha primeira ultra. E tenho pena que não haja mais ultras sem montanha, provas de estrada de 50km, 100km ou mais. Porque nos trilhos, corremos o risco de os organizadores nos porem a passar várias vezes pelo mesmo pico só para ter aquele desnível que se impõe.
Outra coisa que tenho pena é que no nosso país deixámos de ter corredores de elite, nos últimos 15 anos perdemos atletas masculinos capazes de fazer menos de 2h15m e a única excepção são algumas senhoras que ainda conseguem ser competitivas e fazer mínimos para as grandes competições mundiais. Lamento muito, mas na corrida entrámos naquela fase, como em quase todas as modalidades individuais, em que estamos sentados à espera que uma geração espontânea nos dê uma alegria e não fazemos trabalho de base para ter consistência de resultados neste campo.
Abraços e boas corridas!
a minha corrida
Bela análise aos ultimos 15 anos, relativamente às distancias! Tambem concordo com a questão da necessidade de haverem provas grandes sem ser em "montanha". Além das gigantes ALUT e PT281 lembro-me dos Caminhos do Tejo, que têm mais ou menos essa caracteristica, e o Abrantes 100 também é um bocado assim. Curiosamente já achei mais notório esse esforço das organizações inventarem muito só para chegarem ao tal desnivel, e ainda bem! Mas mesmo assim continuam a haver exemplos contrários disso, como o UTSM que um dia destes chega aos 7200D+ do MIUT..
Muitos parabéns pelos 15 (!!!) anos de blogue. Um verdadeiro pioneiro!!!
Um abraço