vitória tangencial do homem sombra
Maratona de Lisboa 2005
Acordar às 5:50 para poder começar a tomar o pequeno-almoço precisamente 3 horas antes do início da prova. Beber uma boa caneca de chá e duas sandes de marmelada pensar em voltar para cama mas preferir ficar a ver a RTP memória, foi o início de mais um dia em que iria cumprir pela segunda vez a mítica distância.
A hora que tinha previsto para sair de casa era pelas 7:45 para poder arrumar o carro às 8:15 na zona do teatro S. Luís e estar no ponto de encontro (Café Martinho da Arcada) às 8:30 em ponto. Entretanto fui colocando as ligaduras e fitas adesivas nos respectivos locais; mamilos e zonas de potenciais bolhas, depois fui passear o meu cão durante cerca de 20 minutos e terminar de carregar a mochila, que para além de roupa seca tinha uma merenda para o final.
Os companheiros de Paris lá estavam, o Carlos devido a uma época atribulada só fez a meia e o Pedro O. para a distância total, ainda tínhamos o Pedro T. que fez de lebre até às duas horas de prova e o A. Bento que fez a sua ansiada estreia na distância.
Lá fomos sem grandes percalços até à Almirante Reis (como piada só me lembro de por volta dos 10 Km um senhor em sentido contrário dizer para outros que já levavam a luz do óleo acesa) nessa subida os Pedros tomaram algum avanço e eu fui a controlar o ritmo cardíaco sempre acompanhado pelo Carlos até que foi a separação no Terreiro do Paço. Passei à meia às 1:38 e estava a manter a distância para os Pedros nem me afastava nem me aproximava, eles fizeram um “pitt stop” a seguir ao abastecimento dos 25 Km e lá seguimos até deixar o Pedro T. na rotunda do monumento ao 25 de Abril. Por volta dos 27 Km passámos o Fernando Andrade que disse que não estava nos dias dele, e eu ainda respondi – “podera! com tantas nas pernas…”. Depois o passatempo foi procurar em sentido contrário pelo A. Bento acompanhado pelo Gonçalo também na sua estreia lá os vimos e pareciam bem, …mais uma vez aquela maldita subida daquele viaduto…Uff! O abastecimento do 30 Km muito bem servido com gels, banana e laranja e uma senhora que corria ao nosso lado para nos oferecer esses valiosos bens. Passamos pelo Terreiro do Paço aos 32 Km o Rodrigo silva grita: “Força Nuno, já só faltam 10 quantas vezes já fizeste 10?”, Pois é mas a partir dos 35 Km as pernas começaram a pesar o dobro, e começou a neura do desespero à procura do ponto de retorno que nunca mais chegava, e depois as pernas a cada vez mais pesadas e alguns quilómetros a ritmo de 6:00/km ou mais, vimos o Gonçalo e perguntámos pelo A. Bento e o Pedro O. ainda pôs a hipótese de ele ter desistido que eu disse não ser possível e no Cais Sodré lá vinha ele sofredor mas descontraído. A nossa meta estava à vista e o Pedro O. lá fez o seu sprint para a foto e eu consegui levantar os dois braços para saudar o meu sobrinho Afonso e os meus Pais e cruzar a meta em 3:25:39.
Depois foi esperar pelo A. Bento, o Pedro O. equipou-se de novo e foi ter com ele para o trazer (estas religiões orientais às vezes até resultam…) passado um bom bocado lá vinha o A. Bento com o seu Buda, mais uns metros e… missão cumprida!
Quando à organização, só tenho a dizer coisas positivas, considero que fui bem tratado desde a recolha dos sacos, aos abastecimentos incluindo a senhora que ia a correr ao nosso lado aos 30 Km. O saco no final estava bem recheado e a participação de muitos estrangeiros, dá-me ideia que até mais do que no ano anterior, trouxe uma cor muito viva a esta organização. Parabéns! E até para o ano.
Tempo: 3:25:39 média cárdio: 163 bpm
Como bónus ainda poderão fazer o download do ficheiro do google earth aqui (botão direito do rato e escolher Guardar destino como… ou Save target as…)
Um abraço a todos!
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