Ontem foi dia da 1ª edição dos Trilhos de Almourol, cuja cara está no casal Brito e a organização pelo CLAC.
Eu e o companheiro de aventuras Tartaruga, rumámos sábado à tarde para o Entroncamento, cidade que só conhecia de dentro do comboio e que me pareceu grande e com muito boas infra-estruturas, fomos directos ao pavilhão (onde se realizava a fase final da Taça de Portugal em Basket), e não víamos sinais de entregas de dorsais, entretanto, quando falámos do CLAC, o segurança lembrou-se que eles estavam a montar uma tenda a seguir aos campos de futebol, lá fomos e estivemos à conversa com o casal Brito, que nos deixou dormir descansados – a prova seria praticamente plana e que Sicó era muito pior – o suficiente para aceitarmos de bom grado os 3 km de borla, soubemos também da ponte flutuante e da possível alternativa, tudo bem e sem stress lá fomos à pasta no Torres Shoping a abarrotar e fomos dormir a Tomar, na nossa residencial ao saberem que iríamos para uma prova acederam a iniciar o pequeno almoço às 7:30h e a simpatia já tinha acedido a uma saída mais tardia que permitisse um duche quente após a prova (também fornecido pela organização).
Posso afirmar que foi das provas mais duras em que participei, bati o meu record de duração largamente (nas maratonas nunca passei das 4h00), é impressionante que aos 30 km estava com o mesmo tempo de Sicó 3h40m e para os restantes 9,90 Km (no meu GPS) gastei mais quase 1h30m.(!!!???)
Começou tudo na Aldeia do Mato, depois de uma pequena excursão de autocarro mas que deu para perceber que não era já ali ao lado, então fomos até à barragem de Castelo do Bode, com um cenário fabuloso, já ai tínhamos subido e descido bastante e estávamos com menos de 7 km, depois de descermos para o nível do rio, talvez tenha sido a parte mais rolante de toda a prova, vou num grupo com o António Almeida, a Analice, dois senhores do BPI e mais uns tantos, entretanto chegamos à ponte por volta dos 12 km e começo a ficar para trás, pois as subidas são para respeitar, mas nas descidas lá recuperava e mantive-me com esse grupo algum tempo. Aos 19 km em Constância, estamos a meio da prova mas senti uma saturação grande e fui ficando mais para trás, apesar do percurso nessa fase não ter grandes subidas, era sempre sobe e desce o que acaba por ser saturante, o próximo objectivo, para mim, eram os 28 km (a partir daí só faltavam 10) que coincidem mais ou menos com a localidade de Tancos, a partir daí temos uma pequena fase junto à linha e depois começamos a subir um eucaliptal, pés enterrados na lama quase até ao joelho, muita água no chão e vários tipos de terreno mole, ora mais vermelho, ora mais amarelo ou castanho, muito seixo rolado, até que chego a um abastecimento que diz 33km mas no meu GPS tenho 30, aí sigo um grupo todo contente a descer 300 ou 400 metros até que se apercebem que não havia fitas, a solução era voltar para traz e subir este paredão e voltar à rota (o filme da semana passada repetiu-se), mas bastante desmoralizado, a Otília estava lá e pregou uma mentira piedosa: “agora, apanham o estradão e é sempre plano”, acreditei mas como já disse anteriormente, demorei quase uma hora e meia para fazer estes quase 10 km, existiam grandes paredes, a força já não permitia começar logo a correr quando as subidas acabavam. Mesmo depois dos 35 km, já depois de passar por baixo do IC3, aparece uma parede com uns 50 m de altura que só me deu vontade de rir, mas lá fui… ia comentado com alguns companheiros que estava a fazer o meu record em termos de duração mas a resposta do outro lado era sempre: “eu já fiz uma em oito (Freita)” ou “eu já fiz uma em 19 (Madeira)” e eu nessa altura pensava como será fazer uma coisa dessas, custaram a passar os últimos 800 metros ainda com um pequeno ribeiro acima do joelho que soube bem e limpou os ténis, e uma pequena rampa que deu para caminhar, mas lá cortei a meta em 5h14m e contente por mais esta aventura que me deu 39, 90 Km.
Quanto à organização, acho que a prova estava bem marcada, acho que a enchente de água não é desculpa para aumentar a kilometragem em mais de 10%, estes 3 km e tal ainda fazem mossa e podia ter sido mantida a distância anunciada com formas criativas, mas posso afirmar que valeu a pena a aventura e só tenho que dar os parabéns a toda a organização.
Abraços e boas corridas
a minha corrida
Amigo Nuno,
Ainda troquei umas breves palavras consigo na zona de partida, foi um prazer conhece-lo pessoalmente!
Trilhos de Almourol na minha opinião fui muito dura e deixou mazelas em muitos corredores!
Parabéns pela sua prova.
Boa semana e de recuperação
Abraço
Vítor Veloso
Oi amigo NK
Pois é, foi tal como dizes.Quando pensávamos que tinhamos já passado o pior, lá vem paredão, ao virar da esquina e de dar vontade de rir. Não, não pode estar a acontecer. Então o do seixo rolado pouco atrás desse do IC3, antes do abastecimento dos 33, era pra morrer. Deves tar todo moidinho.
Ah, sou o colega de corrida que te vê sempre ir à "casa de banho" e depois lá passas por mim. :))
Um abraço
Carlos Coelho (o de amarelo)
Olá amigo Nuno
Que grande empreitada, o Brito e a Otília foram nossos amigos e pouparam-nos o conhecimento áquele pequeno "Inferno" antecipadamente.
A 2ª parte é mais dolorosa também devido ao grande desgaste que já trazemos de trás.
Parabéns pelo feito e recupere rapidamente.
Um abraço.
Olá Nuno,
É engraçado que quando o cansaço é muito as dificuldades dão-nos vontade de rir.
Parabéns por chegares ao fim desta prova dura e pelo relato.
Boa recupração.
Parabéns Nuno, foi um prazer rever-te e ter-te como companheiro deste dia memorável.
Acho que os "bastões" se calhar tinham ajudado nas subidas…
Grande abraço e vemo-nos noutros "trilhos".
Abraço.
Olá Nuno!
Mais uma vez em dupla com o António Bento com categoria.
Deve ter sido bem duro. A chuva tornou o piso mais pesado.
Quando vierem à região no Verão ficarão maravilhados com os locais por onde estiveram.
Venham ao GP da Páscoa em Constância e confirmem o que vos digo.
Grande braço,
Luís mota
grande cronista, sim senhor meu mestre Amigo.
estás em grande, ultra maratonista e viajante consagrado na escrita 😉 sempre a evoluir como exemplificas tão bem!
força nessa recuperação e nos próximos desafios. tenho pena de não ter tréguas nas lides dos jovens cá da casa, para te acompanhar. eram 2 programadas, mas haverá mais concerteza. é que eleas não matam, moem, mas deixam cá o bichinho.
forte abraço e um grane OBRIGADO por tudo!
ab – tartaruga