No passado dia 25 de Outubro, enfrentei mais uma vez os 42.195 km, alcançando uma marca pessoal significativa: a minha 29.ª Maratona.
Este ano, a prova apresentou várias novidades que a distinguiram das edições anteriores. Uma das alterações mais notórias foi a realização da prova num sábado, um ajuste no calendário que, de certa forma, alterou a rotina habitual do evento. O percurso também foi alvo de renovação. A partida, agora em Carcavelos, junto à estação e à Nova Business School, proporcionou um cenário diferente e imponente para a largada de um número expressivo de participantes, garantindo o ambiente vibrante que a Maratona de Lisboa merece.
Adicionalmente, as condições meteorológicas impuseram um desafio extra: o clima esteve chuvoso, abafado e caracterizado por uma humidade elevada. As temperaturas, longe de serem amenas para uma prova longa, oscilaram entre os 18ºC e os 20ºC. Correr nestas condições exige uma gestão de esforço e hidratação particularmente cuidadosa, tornando a prova física e mentalmente mais exigente.
O meu principal objetivo nesta 29.ª Maratona era correr de forma consistente e terminar a prova bem, sem um tempo de referência específico. A estratégia funcionou na perfeição até aos 38 km. A manutenção do ritmo foi rigorosa, e o esforço, apesar das condições de humidade, manteve-se gerível. Contudo, perante o desgaste acumulado e a necessidade de preservar a integridade física, tomei uma decisão tática crucial: caminhar durante 2 km. Este intervalo estratégico não foi um sinal de quebra, mas sim de gestão mental. Permitiu-me recuperar o animo essencial para, depois, terminar os últimos 2 km em passada de corrida, cruzando a meta com a sensação de ter cumprido o plano.
O tempo final de 3h49m é bastante aceitável, especialmente considerando as adversidades climáticas. O pós-prova confirmou a boa gestão: a recuperação foi rápida, sem grandes dores, atestando a eficácia da estratégia de poupança implementada.

A Maratona é feita de momentos, e um dos mais memoráveis ocorreu por volta do km 32, o habitual ponto de dificuldade. O Carlos, estava a postos para o registo, mas aparentemente concentrado noutro ângulo. Apenas para o saudar, gritei: “Cárlos!”, num sotaque de Paris. A surpresa do momento fizeram-no virar a tempo de captar a imagem. Um agradecimento especial ao Carlos por esta excelente fotografia.
Deixo aqui o meu registo no Strava:
Vemo-nos na próxima!
Abraço e boas corridas!


