Não me esqueço daquela vez que foste ao veterinário e ele disse que precisavas de ser operado à orelha, pois um cachorro com um ano não podia ter uma orelha em cima e outra em baixo.
E os nossos passeios a explorar a Serra de Sintra? E quando fomos os três à tua terra? e tu sentiste o frio da neve e não estranhaste, estavas na tua terra afinal… fartavas-te de ladrar no carro e nós à espera que tu ficasses cansado e adormecesses, mas não, sempre com uma grande excitação e nem sequer enjoavas. E aquela vez que cometemos o erro de te levar à praia? pensámos numa que tivesse espaço e pouca gente, depois de uma viagem longa até Tróia lá andaste a fazer xixi nos carretos das canas de pesca e tiveste que passar o resto do dia preso pela trela. E aquela semana que passaste no hotel canino? e eras o único que tinha que passear na relva para fazer as necessidades.
Desculpa os longos dias que passaste sozinho em casa, e apesar do pequeno quintal tu ficavas nervosamente a roer a tuas patas, desculpa não te ter levado a passear mais vezes e só nos últimos anos passar a ter essa atenção para ti. Mesmo assim temos que te agradecer por estarmos numa casa com quintal, se não fosses tu, quase de certeza que estávamos a morar num apartamento.
Fizemos tudo para te dar a maior dignidade possível neste teus últimos dias, a dona a fazer comida gostosa só para ti e tu ontem à tarde ainda fizeste um ultimo grande esforço e foste dar a tua volta comigo, espero sinceramente que hoje não tenhas sofrido, tomei aquela decisão para o teu bem e para que não sofresses mais, a dona esteve lá ao teu lado, mas eu prefiro recordar o bons momentos e o teu olhar quase a pedir para fazer aquilo que acabei por fazer.
Estiveste connosco todos estes anos, éramos uma família, hoje sentimos falta de ti e tu ainda partiste há bocado, era de manhã e estava a chover… porta-te bem Giga!
Comovente.
Abraço
Perante isto, o que dizer, Nuno? Uma história muito bem contada mas que, de certeza, o Nuno nunca desejou escrever. Fica a memória de um amigo de grande parte da vida.
Grande Abraço.
FA
Escrevo comovido com as lagrimas nos olhos. A coragem do texto merece um abraço amigo de quem não conheces mas que também adora os nossos amigos de 4 patas, muitas vezes, maioria delas, como que uma extensão do nosso ser.
Amigo Nuno
lamento a partida do Giga, bonita homenagem a que lhe fizeste, bem sentida.
Abraço.
Caro amigo Nuno não te preocupes. Eu sei que o teu Giga anda a brincar com o meu Colombo no céu dos cães tentando abocanhar os tufos das nuvens. Lá são de novo cachorros loucos…
“Achas que os cães não vão para o Céu? Pois digo-te que vão, e que chegam lá muito antes de qualquer um de nós!” – Robert Louis Stevenson
Força Nuno. Sei bem pelo que estás a passar.
Os meus sentimentos a ti e à restante família do Giga.
Abraço.
olá Amigo
um abraço aí para casa.
António Bento
Subscrevo a citação do Carlos Ferreira…
Fiquei triste só de pensar que um dia irei passar pelo mesmo.
Força Nuno, que fiquem as boas recordações.
JCBrito
Já entrei inumeras vezes neste teu blog, e o que me trouxe aqui foram sempre os teus comentários e narrativas relacionadas com a corrida, que é uma paixão que também tenho. Nunca até hoje comentei o que quer que fosse do que aqui li, mas hoje não posso deixar de te mandar um abraço, mesmo sem te conhecer pessoalmente e sem termos trocado uma palavra (acho que já te vi por aí em provas! Eu vou a poucas!).
Quem tem e gosta de animais, não pode deixar de ficar sensibilizado com o teu texto.
Grande abraço!
A lembrar-nos que temos de aproveitar o que temos, enquanto temos…
Um companheiro é sempre um companheiro… seja lá de que espécie for.
Os meus sentimentos pela perda, e …como tudo, ficam os momentos partilhados, os que ele deixou e os que levou.
Ana Pereira
Coragem Nuno!
Sou solidária contigo e sei bem o sentimento que tens neste momento. Infelizmente já passei pela mesma situação mais do que uma vez e ainda este ano me despedi de um amigo de há 15 anos!
Valeu a pena a companhia, as diabruras, os passeios à chuva, as escavadelas, as lambidelas…
beijinho
Ana
Lembrei-me da minha Lara que partiu no verão, com 9 anos, e uma doença súbita que a fez definhar rapidamente e para a qual só houve a solução de lhe abreviar o sofrimento.
Na altura ainda não tinha blogue mas se tivesse não sei se teria sido capaz de tornar público o que escrevi.
É um vazio que fica cá dentro e se pode tentar esconder e disfarçar mas permaneçe connosco para o resto da vida.
Caro Nuno;
É um texto emocionante, com muito sentimento. Um animal que faz parte da família é algo que faz dor a sua partida.
Imagino-me quando o nosso grande companheiro da família também partir. Mas também está garantido, que foi este e não haverá mais nenhum a ocupar o seu lugar.
Um abraco
José Xavier – Holanda